sábado, maio 15, 2004

3.

Ficou ousada: quis novamente carregar consigo o coração, todos os dias. Arrumou, então, uma outra correntinha dourada e a colocou em roda do pescoço. Agora sua sina era pública e visível, seu coraçãozinho reluzente estava ali para quem ousasse fitá-lo. Mas poucos possuíam tamanha coragem ou presença de espírito. Alguns se aproximavam com curiosidade e observavam-no, de uma distância segura, mas nenhum chegou perto o suficiente para perceber a pequena dobradiça no lado esquerdo do coração e o minúsculo fecho do outro lado. Sim, o coração abre, mas ninguém ousara ver o que havia dentro.

Nenhum comentário: